(review in english below)
O FanaticoUm já teve a oportunidade de comentar a Aida que ambos vimos na Royal Opera House da temporada 2010-2011. A única diferença é que tive a oportunidade de assistir a a duas récitas e com dois elencos que não foram totalmente diferentes mas que deu para que cada uma fosse uma experiência diferente e única - o Radamés de Alagna e Ventre, a Amneris de Borodina e Cornetti, e o Amonastro de Volle e Almaguer.
Em linhas gerais, e talvez por nunca ter assistido a outras Aidas em palco, não achei a encenação particularmente incoerente e inconsistente, apesar de a achar num meio termo entre o Egito e Marte...
Roberto Alagna surpreendeu-me mais que Carlo Ventre, embora ambos não tenham entrado bem na ária Celeste Aida.
Olga Borodina esteve soberba, embora Marianne Cornetti tenha dado conta do recado também.
Achei a Aida de Liudmyla Monastyrska de grande qualidade vocal, com projecção invejável denotando apenas alguma incapacidade de alterar a dinâmica da voz adaptando-a aos sentimentos relacionados com o cantava em determinadas passagens - mas é uma cantora a seguir no futuro até porque aparece em muitas das temporadas dos grandes teatros para 2011-2012, inclusive como Aida.
O FanaticoUm já teve a oportunidade de comentar a Aida que ambos vimos na Royal Opera House da temporada 2010-2011. A única diferença é que tive a oportunidade de assistir a a duas récitas e com dois elencos que não foram totalmente diferentes mas que deu para que cada uma fosse uma experiência diferente e única - o Radamés de Alagna e Ventre, a Amneris de Borodina e Cornetti, e o Amonastro de Volle e Almaguer.
Em linhas gerais, e talvez por nunca ter assistido a outras Aidas em palco, não achei a encenação particularmente incoerente e inconsistente, apesar de a achar num meio termo entre o Egito e Marte...
Roberto Alagna surpreendeu-me mais que Carlo Ventre, embora ambos não tenham entrado bem na ária Celeste Aida.
Olga Borodina esteve soberba, embora Marianne Cornetti tenha dado conta do recado também.
Achei a Aida de Liudmyla Monastyrska de grande qualidade vocal, com projecção invejável denotando apenas alguma incapacidade de alterar a dinâmica da voz adaptando-a aos sentimentos relacionados com o cantava em determinadas passagens - mas é uma cantora a seguir no futuro até porque aparece em muitas das temporadas dos grandes teatros para 2011-2012, inclusive como Aida.
Michael Volle é um dos meus barítonos favoritos e esteve espectacular, ao mesmo nível que esteve Carlos Almaguer (pela idade mais sugestivo de ser pai de Aida).
Vitalij Kowaljow, que não apreciei muito como Wotan em Milão, esteve bem, até porque o seu timbre é bonito e a personagem denota alguma seriedade constante e um pesar interpretativo que não necessita de grande modulação (o que notei menos bem no seu Wotan).
Brindley Sherratt é um baixo de grande qualidade vocal e interpretativa.
Deixo-vos as habituais fotos das chamadas ao palco de ambas as récitas.
FanaticoUm did comment on this Aida production that we both saw at the Royal Opera House in this season 2010-2011. The only difference is that I had the opportunity to see it two times and with slightly different casts – the Radames of Alagna and Ventre, the Amneris of Borodina and Cornetti and the Amonastro of Volle and Almaguer.
In general, and perhaps because I have never attended other Aidas on stage, I did not find the staging particularly incoherent or inconsistent, despite being in half way from Egipt and Mars...
Roberto Alagna surprised me more than Carlo Ventre, although both not being brilliant in the aria Celeste Aida.
Olga Borodina was superb, although Marianne Cornetti presented Amneris in a very pleasant way.
I found the Aida of Liudmyla Monastyrska of high vocal quality, with enviable projection showing only a failure in changing the dynamics in order to adapt the voice to the correct feeling in the text. But she is a singer to follow in the future as she appears in several opera seasons in 2011-2012, including in the role of Aida.
Michael Volle is one of my favourite baritones and he was spectacular as Carlos Almaguer was but this more suggestive of Aida’s father due to his age.
Vitalij Kowaljow, who I did not like as Wotan in Milan, was very good, because his tone is beautiful and his character denotes a constant and serious posture that does not require a large interpretative modulation (capability that was missing in his Wotan...).
Brindley Sherratt is a bass of great vocal quality and a scenic presence.
I leave you with the usual photos of the curtain calls of both performances.
Pois é verdade wagner_fanatic, também assisti a esta Aida, embora a uma récita diferente das duas que viu. Como a seu tempo escrevi, apreciando eu bastante desta ópera, não gostei da encenação de Londres. Também os cantores não me fascinaram e, sobretudo Carlo Ventre, deixou-me as maiores dúvidas quanto à sua capacidade para cantar num teatro com a categoria da Royal Opera. Enfim, em Londres também tenho tido desilusões, embora muito raramente. Esta foi, infelizmente, uma delas.
ResponderEliminarBem, eu possuo a Aida do Scala com Alagna no papel de Radames ( a mesma produção em que foi vaiado) e já nessa altura tinha gostado dele. acredito que tenha evoluido bastante desde então. A Aria Celeste Aida é de uma enorme dificuldade, porque quando a ópera começa, as vozes ainda nao estão suficientemente aquecidas e Verdi, feito mauzão, coloca ali logo um si bemol para o tenor cantar. Cheira-me que queria lixar alguem haha
ResponderEliminarBorodina é das minhas mezzo no activo de eleição. Possui um timbre e uma nobreza em palco muito grandes.
Os restantes mal conheço, mas vou explorar esse baritono que mencionas.
Em breve irei também regressar à Royal Opera para assistir ao Fausto e ao Tritico :)
Ah, já agora, queria perguntar-te uma coisa. como fazes para ir falar com os cantores e ir ao backstage? deixam-nos entrar? ou tiveste de esperar? é que gostava de pedir alguns autografos aos cantores hehe
Caro blogger,
ResponderEliminarTanto eu como o FanaticoUm costumamos, sempre que possível, ir à stage door da Royal Opera no final de cada récita. Não nos deixam entrar para os camarins, como é claro, mas tem um pequeno hall onde cabem algumas pessoas e dá para esperar lá pelos cantores (embora não saiam todos sempre por essa porta). Se tiver disponibilidade e conseguir estar na stage door cerca de 1h30 antes da récita poderá ter sorte e apanhar os cantores quando estão a entrar. Habitualmente têm mais pressa mas também costuma estar menos gente à volta o que pode facilitar autógrafos e fotos.
O FanaticoUm também vai agora em Setembro a Londres ver o Fausto e Tritico pelo que pode contar com as suas pormenorizadas críticas.
Divirta-se!
Another terrific review. It gives me much food for thought. I am sometimes too quick to dismiss good performers after only one performance. It might take years to reach a valid conclusion.
ResponderEliminarNão perco mais nenhuma crônica dos fanáticos!
ResponderEliminarAqui venho para saber algo sobre música clássica e erudita, e tambem para curtir a arte do bem escrever!
Um grande abraço do atelier, e mais uma vez agradeço aos gentis comentários
@JJ - Thank you. Singers are human. If they fail too often then they must not be as good as others might say.
ResponderEliminar@António Machado - Obrigado! Cumprimentos.
caro wagner_fanatic,
ResponderEliminarEsqueci-me de referir no meu primeiro comentário que as fotografias tiradas no final da récita estão fantásticas! Eu não consegui nada parecido....