Encontro de novo com... Ben Heppner. Nada semelhante ao que se viu em Londres no Tristão e Isolda - Outubro 2009, onde a voz falhou desde o final do 1º acto até ao fim. Esteve muito bem vocalmente (um ou outro "tremor" da voz em algumas passagens, fruto de não "limpar" a garganta como Domingo hoje em dia faz em Wagner, aí umas 50 vezes / récita...) mas sem ir buscar a voz muito aos brônquios como quem vai literalmente cuspir notas. Cenicamente um pouco rígido nas marcações de palco mas superou tudo isso com a parte vocal.
A Elsa foi Ricarda Merberth que esteve igualmente muito bem, aparte de algumas caretas a cantar.
Destaco o grande motivo que me levou a ver este Lohengrin - Waltraud Meier. Finalmente completo um ciclo de a ver como Sieglinde, Isolda, Kundry e agora Ortrud. É realmente uma referência em Wagner. Nota-se, comparativamente às vezes que a vi em palco, que tem dias para o seu timbre. Aqueles agudos com uma sonoridade que não engana ao se pensar que vem do seu aparelho vocal, soam mais belos ou mais gritados, consoante o dia... Aqui esteve um misto que se aplica até bem à personagem. O final, na despedida de Lohengrin, foi particulamente bonito o efeito que deu na voz... parestesias... E a excelente actriz que é! 2º acto soberbo! A encenação também muito tradicional, mais ainda que o Tannhauser. Achei particularmente conseguido o final do 2º acto, quando antes de entrar na igreja para se casar com Lohengrin, Elsa não resiste a olhar para trás e foca nos olhos Ortrud... a dúvida de quem é e de onde vem o cavaleiro... O maior grau de parestesias foi aí, e curiosamente não por um momento unicamente musical, mas sim cénico (interessante...).
O Coro mais uma vez soberbo!!!
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