(Review in English below)
Dmitri Shostakovich escreveu esta ópera ousada quando era muito jovem. Passa-se no distrito de Mtsensk, cerca de 240 Km a sul de Moscovo, e na Sibéria, para onde os criminosos eram deportados ao longo da história do País. A encenação de Graham Vick traz a acção para meados do Séc XX.
Katerina Ismailova leva uma vida desinteressante e sem paixão pelo marido Zinovy Ismailov. O sogro Boris Ismailov acusa-a de não lhe dar um neto, responsabilidade que ela atribui a Zinovy. Surge um novo empregado, Sergey, com quem Katerina se envolve sexualmente. A criada Aksynia diz que ele é um conquistador. Ao serem vistos pelo sogro, Katerina mata-o com cogumelos envenenados. O marido também é assassinado por ambos. Sergei e Katerina casam-se mas o corpo do marido é descoberto e são deportados para a Sibéria. Katerina encontra Sergei que a rejeita e lhe pede umas meias para dar a Sonyetka, uma nova conquista. Numa ponte, Katerina empurra Sonyetka e lança-se também à água, morrendo ambas afogadas.
A direcção musical foi da maestrina Keri-Lunn Wilson. apesar de este tipo de música não ser o meu favorito, a Orquestra e o Coro foram excelentes
Os solistas foram notáveis. A soprano Svetlana Sozdateleva fez uma Katerina Ismailova muito boa em cena, a encenação também ajuda, e a interpretação vocal foi irrepreensível. Voz de timbre muito agradável, bem audível em toda a extensão e transmitindo os diferentes estados de espírito da personagem.
Também a um nível superlativo esteve o tenor Brandon Jovanovich como Sergei. Notável tanto no desempenho cénico como no vocal, oferecendo-nos uma interpretação emotiva, convincente e sempre sobre a orquestra, mesmo quando esta toca em forte.
Nikolai Schukoff foi um Zinovy Ismailov correcto, mas não mais que isso. A sua intervenção também é menor quando comparada com os restantes solistas.
Verdadeiramente fabuloso e o melhor da noite foi o baixo John Relyea como Boris Ismailov. Que voz! Timbre muito bonito, interpretação marcante e uma potência vocal tal que parecia cantar com amplificação. Um espanto!
Nos papéis secundários Maria Barakova foi Sonyetka, Goran Juric um padre, Alexey Shishlyaev o sargento da policia e Alexander Tsymbalyuk um velho condenado, todos com interpretações de qualidade.
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LADY MACBETH OF MTSENSK, MEtropolitan OPERA, October 2022
Dmitri Shostakovich wrote this daring opera when he was very young. It takes place in the district of Mtsensk, about 240 km south of Moscow, and in Siberia, where criminals were deported throughout the country's history. Graham Vick's staging brings the action to the mid-20th century.
Katerina Ismailova lives an uninteresting and passionless life for her husband Zinovy Ismailov. Her father-in-law Boris Ismailov accuses her of not giving him a grandchild, a responsibility she attributes to Zinovy. A new employee appears, Sergey, with whom Katerina becomes sexually involved. The maid Aksynia says he's a conqueror. Upon being seen by her father-in-law, Katerina kills him with poisoned mushrooms. The husband is also murdered by both. Sergei and Katerina get married but her husband's body is discovered and they are deported to Siberia. Katerina finds Sergei who rejects her and asks her for some socks to give Sonyetka, a new conquest. On a bridge, Katerina pushes Sonyetka and throws herself into the water, both drowning.
The musical direction was by conductor Keri-Lunn Wilson. Although this type of music is not my favorite, the Orchestra and the Choir were excellent.
The soloists were remarkable. Soprano Svetlana Sozdateleva made a very good Katerina Ismailova on stage, the staging also helps, and the vocal interpretation was impeccable. Voice with a very pleasant timbre, well audible throughout and conveying the different moods of the character.
Also at a superlative level was tenor Brandon Jovanovich as Sergei. Remarkable in both scenic and vocal performance, offering us an emotional, convincing interpretation always above the orchestra, even when it is playing loudly.
Nikolai Schukoff was a correct Zinovy Ismailov, but no more. His intervention is also smaller when compared to the other soloists.
Truly fabulous and the best of the night was bass John Relyea as Boris Ismailov. What a voice! Very beautiful timbre, outstanding interpretation and such a vocal power that he seemed to sing with amplification. Astonishing!
In supporting roles Maria Barakova was Sonyetka, Goran Juric a priest, Alexey Shishlyaev the police sergeant and Alexander Tsymbalyuk an old convict, all with good performances.
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Nunca tinha ouvido falar, a tragédia de Shakespeare com toque siberiano e ampliada à maneira russa, 4 mortes 4. Bem, se não aprecia a música, imagino que para mim seria insuportável, como todo o Shostakovich, mas a encenação de Vick talvez me levasse a ver, tanto mais que fiquei muito impressionado pelo desempenho vocal . Também não conheço ninguém, Estou totalmente desactualizado, acho que parei na DiDonato. Dêem-me música barroca p.f., e ópera clãssica, muuuito clássica. Esta encenação parece muito amarela, não é ? Havia ponte e rio, ou era papelão amarelo? Desculpe, Fanatico-Um, gostei muito do seu relato mas fico satisfeito de não ver coisas destas. Vou voltar à Theodora.
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