Depois de várias vezes ouvir o FanaticoUm a dizer-me para
ver a Salome de Richard Strauss porque de certeza que ia gostar, acabei por,
depois de uma lembrança radiofónica interessante de Ariadne auf Naxos do Teatro
Nacional de São Carlos de há uns anos atrás, por entrar em Richard Strauss.
A reposição desta encenação no Coliseu de Londres, presente
na mesma altura da trilogia Da Ponte na Royal Opera House, e em inglês (algo
que não me incomoda particularmente, nem mesmo em Wagner), com elenco muito
bom, veio mesmo em boa altura.
A produção de David McVicar é clássica e transporta-nos, com
grande magia, para a Viena do século XVIII.
Excelente foi a interpretação de Sarah Connolly como
Octavian. A sua presença física e o seu dote vocal é simplesmente perfeito para
o papel.
Amanda Roocroft fez uma Feldmarschallin Marie Thérèse muito
enquadrada com o seu dilema interior da velhice prematura e do medo certo da
perda de amor do seu “Quinquin” por essa mesma idade avançada que, hoje em dia,
seria surreal chamar velho a alguém na sua 3ª a 4ª década de vida. Do ponto de
vista vocal denotou algumas dificuldades, principalmente em algumas passagens
em que Strauss pede segurança e força nos agudos.
John Tomlinson foi simplesmente genial. Realmente há
artistas singulares e este é um deles. Está com um físico e idade perfeitas
para o papel de Barão Ochs e, pela primeira vez, vi Tomlinson a ser cómico em
palco e com grande eficácia e credibilidade.
Os restantes intérpretes estiveram a um nível similar,
destacando uma substituição de última hora com Gwyn Hughes Jones a fazer o
papel de Cantor, numa das melhores passagens da ópera (além da cena da
apresentação da Rosa e o trio final) – “Di rigori armato il seno”. Uma voz
cristalina e de potência galesa incrível, oferecendo um dos pontos altos da
noite.
Como sempre, é muito difícil tirar fotos no Coliseu... Há
sempre alguém quase a bater-nos por estarmos a utilizar uma câmara fotográfica
no final da récita. Deixo-vos as que consegui dos cantores em cima e algumas
que encontrei na internet sobre a produção.
DER ROSENKAVALIER - English National Opera - February 4,
2012
After repeatedly hearing the FanaticoUm telling me to see
Salome by Richard Strauss because for sure I’d like, I finally, after an
interesting radio memory of Ariadne auf Naxos from the Teatro Nacional de São
Carlos, a few years ago, by entering the Richard Strauss operatic world.
The revival of this staging at the Coliseum in London, at
the same time the Da Ponte trilogy was playing at the Royal Opera House, and in
English (something that does not particularly bother me, not even in Wagner),
with a very good cast, came just at the right time.
The production by David McVicar is classic and transports us,
with great magic, to the eighteenth-century Vienna.
Great was the interpretation of Sarah Connolly as Octavian.
Her physical presence and vocal endowment is just perfect for the role.
Amanda Roocroft made a Feldmarschallin Marie Thérèse
perfectly aware of her dilemma of premature old age and fear of lost of her
“Quinquin” due to that age, something that, today, it would be surreal to call
old to someone in their 3rd or 4th decade of life. From the vocal standpoint
she denoted some difficulties,
especially in passages in which Strauss asks for safe and strong high notes.
John Tomlinson was just great. There are artists that are
unique and this is one of them. His physical presence and his age is perfect for
the role of the Baron Ochs, and for the first time I saw Tomlinson being
humorous on stage and with great effectiveness and credibility.
The other performers were at a similar level, highlighting a
last minute replacement with Gwyn Hughes Jones to play the part of the Singer, in
one of the best passages of the opera (beyond the scene of the presentation of
the Rose and the final trio) - "Di rigori armato il seno". A incredible
crystalline and powerfull Welsh voice, offering one of the highlights of the
night.
As always, it is very difficult to take photos at the
Coliseum ... There is always someone about to hit us because we are using a
camera at the end. I leave you with some of the photos I managed to take along
with some photos of the production I found on the internet.
Caro wagner_fanatic,
ResponderEliminarApesar da dificuldade em tirar fotografias no final dos espectáculos (algo também frequente em outras casas de ópera), estas ficaram excelentes!
Agora tem que seguir o meu conselho e ouvir e ver a Salome e a Elektra! Depois falamos...
does anybody have an audio recording of this performance!! it would be wonderful if somebody who has it could post it on FANTASTICOSDOPERA!!! ))
ResponderEliminarEis uma ópera que nunca vi ao vivo e gostaria muito.
ResponderEliminarAmanda Roocroft cantou no "Così" de Gardiner São Carlos. Não voltei a ouvi-la ao vivo.
Caros Fanáticos,
ResponderEliminarStrauss trouxe-nos algumas das mais belas óperas do século XX: Salomé e o Cavaleiro da Rosa são disso um enorme exemplo.
Quanto ao facto de a ópera ser cantada em inglês, confesso que não sou um particular adepto.
Saudações