(review in english below)
Cantar Mozart não é difícil. Mas interpretar Mozart é o verdadeiro desafio para o bom cantor.
Um Mozart bem interpretado foi o que René Jacobs e a Freiburger Barockorchester trouxeram à Fundação Calouste Gulbenkian com La Finta Giardiniera. Em versão concerto, mas semi-encenada, e em récita única, foi visível a fantástica absorção desta obra quer por Jacobs quer pelos intérpretes, certamente fruto das várias representações da obra em Viena em Novembro de 2010 e, igualmente em versão concerto, em Madrid, em Dezembro do mesmo ano. Curiosamente, é para lá que o conjunto segue após esta representação na Gulbenkian (como já informado em post prévio).
La Finta Giardiniera foi escrita por Mozart em 1774 e estreada em Janeiro do ano seguinte em Munique. É incrível, aliás como tudo em Mozart, como o compositor conseguiu escrever esta obra apenas com 18 anos. É certo que já havia entrado pelos caminhos da ópera anteriormente mas, segundo os conhecedores, La Finta Giardiniera poderá constituir um salto para a maturidade neste estilo, separada em cerca de uma década, dos êxitos resultantes da colaboração com Lorenzo da Ponte.
La Finta Giardiniera foi escrita por Mozart em 1774 e estreada em Janeiro do ano seguinte em Munique. É incrível, aliás como tudo em Mozart, como o compositor conseguiu escrever esta obra apenas com 18 anos. É certo que já havia entrado pelos caminhos da ópera anteriormente mas, segundo os conhecedores, La Finta Giardiniera poderá constituir um salto para a maturidade neste estilo, separada em cerca de uma década, dos êxitos resultantes da colaboração com Lorenzo da Ponte.
A estreia terá sido um grande sucesso mas nem todos acharam que a obra atingira um nível digno de génio no seu todo. Também a mim me fica esta sensação mas são vastos os números de brilhantismo mozartiano. Às vezes podemos pecar por não olhar para as obras dos compositores como processos evolutivos. La Finta Giardiniera não é um Don Giovanni mas, para o estádio evolutivo de Mozart aos 18 anos de idade, é uma obra de elevada qualidade e tocante do ponto de vista musical.
O facto de o 1º acto da obra se ter perdido e só redescoberto na década de 70 do século passado pode ser a principal razão pela qual esta ópera não entrou tão forte no repertório operático habitual. Mas tem tudo para, de futuro, ser mais frequentemente representada.
A história é um drama giocoso que se resume do seguinte modo:
Um ano antes da ação começar, o Conde Belfiore apunhala sua amante, a Marquesa Violante Onesti, e foge acreditando que a matou. Mas a marquesa não morreu, e ela e seu criado Roberto disfarçam-se de jardineiros assumindo as identidades de Sandrina e Nardo, respectivamente. Os dois vivem na propriedade de Don Anchise, o Podestá de Lagonero, próximo a Milão. A ação se passa no Palácio do Podestà, em meados do século XVIII.
1º acto
Jardim com espaçosa escada para a qual se entra no palácio do Podestà.
Podestà, Ramiro e Serpetta descem a escada enquanto Sandrina e Nardo trabalham no jardim. Todos agradecem o amável dia que se faz, porém cada um comenta à parte seu motivo de infelicidade.
O Podestà é a único pessoa feliz no grupo, pois ele conseguiu um casamento vantajoso para sua sobrinha Arminda com um membro da nobreza que está para chegar a qualquer momento. O casamento se dará neste mesmo dia, e ele decide então aproveitar a oportunidade para ter um pequeno caso com a bela jardineira Sandrina. Enquanto isso, o jovem poeta Ramiro lamenta sua sorte, tentando esquecer sua amada Arminda passando alguns dias no campo.
As tentativas do Podestà de seduzir Sandrina são constantemente interrompidas por Serpetta, que não consegue impedi-lo de expor seus sentimentos à jardineira. A sós com Nardo, Sandrina relembra a noite em que foi quase morta pelo Conde Belfiore, seu amante na época, e teme pelo desfecho deste novo caso com o Podestà. Nardo sugere que ela ceda ao patrão mas Sandrina recusa, comentando as dificuldades da vida das mulheres. Aqui neste momento Nardo canta uma ária (A forza di martelli) que, nas montagens modernas da ópera, é tranferida para o início do terceiro ato.
A história é um drama giocoso que se resume do seguinte modo:
Um ano antes da ação começar, o Conde Belfiore apunhala sua amante, a Marquesa Violante Onesti, e foge acreditando que a matou. Mas a marquesa não morreu, e ela e seu criado Roberto disfarçam-se de jardineiros assumindo as identidades de Sandrina e Nardo, respectivamente. Os dois vivem na propriedade de Don Anchise, o Podestá de Lagonero, próximo a Milão. A ação se passa no Palácio do Podestà, em meados do século XVIII.
1º acto
Jardim com espaçosa escada para a qual se entra no palácio do Podestà.
Podestà, Ramiro e Serpetta descem a escada enquanto Sandrina e Nardo trabalham no jardim. Todos agradecem o amável dia que se faz, porém cada um comenta à parte seu motivo de infelicidade.
O Podestà é a único pessoa feliz no grupo, pois ele conseguiu um casamento vantajoso para sua sobrinha Arminda com um membro da nobreza que está para chegar a qualquer momento. O casamento se dará neste mesmo dia, e ele decide então aproveitar a oportunidade para ter um pequeno caso com a bela jardineira Sandrina. Enquanto isso, o jovem poeta Ramiro lamenta sua sorte, tentando esquecer sua amada Arminda passando alguns dias no campo.
As tentativas do Podestà de seduzir Sandrina são constantemente interrompidas por Serpetta, que não consegue impedi-lo de expor seus sentimentos à jardineira. A sós com Nardo, Sandrina relembra a noite em que foi quase morta pelo Conde Belfiore, seu amante na época, e teme pelo desfecho deste novo caso com o Podestà. Nardo sugere que ela ceda ao patrão mas Sandrina recusa, comentando as dificuldades da vida das mulheres. Aqui neste momento Nardo canta uma ária (A forza di martelli) que, nas montagens modernas da ópera, é tranferida para o início do terceiro ato.
Galeria do palácio do Podestà, ao meio-dia.
Arminda chega ansiosa para o encontro com o noivo prometido e Podestà tenta acalmá-la. Serpetta anuncia a chegada do Conde Belfiore, que entra elogiando a beleza de sua noiva. Porém ela rapidamente percebe fraquezas nos seu caráter e já o adverte que não admitirá infidelidades por parte do marido. O conde então reafirma suas intenções ao Podestà, desfiando como prova sua nobre linhagem, fazendo o Podestà rir com ceticismo.
Todos saem e Serpetta, vendo Nardo chegar, canta uma canção para provocá-lo. Nardo responde com a mesma melodia, porém é rechaçado pela criada que aponta a ele o irresistível efeito que sua beleza provoca em todos os homens.
Jardim, no final da tarde.
Sozinha, Sandrina lamenta seu destino quando Arminda chega e, quase por acaso, comenta que irá casar naquele mesmo dia com o Conde Belfiore. Ao ouvir o nome, Sandrina entra em choque e desmaia. Arminda chama por socorro, o próprio conde acorre e Arminda deixa a jardineira com ele, correndo buscar algo para reanimá-la. Ele imediatamente reconhece Violante, sua antiga amante agora vestida de jardineira, e tem início o final do primeiro ato.
Sandrina acorda, reconhecendo o Conde mas evitando confirmar sua identidade. Arminda retorna no mesmo momento que Ramiro chega, e temos outro par de antigos amantes se reencontrando. Podestà chega e pede uma explicação para o silêncio e espanto de todos. Sem palavras, cada casal corre para um lado, deixando Podestà furioso. Serpetta entra dizendo ao Podestà que acaba de ver Sandrina e Belfiore namorando, agarrados, mas Nardo aparece em seguida acusando-a de mentirosa. Sandrina e Belfiore retornam, ele perguntando-a se é Violante e ela negando; Arminda e Ramiro também retornam, ela desconfiando que o Conde já a está traindo. A confusão típica de uma opera buffa termina num grande ensemble com todos os personagens.
2º acto
Átrio do palácio do Podestà, na manhã do dia seguinte.
Ramiro discute com Arminda, dizendo desconhecer que ela era sobrinha do Podestà e acusando-a de ser leviana. Ramiro parte jurando vingança contra o Conde. Este aparece, e é recebido por Arminda com um misto de fúria e piedade.
Arminda chega ansiosa para o encontro com o noivo prometido e Podestà tenta acalmá-la. Serpetta anuncia a chegada do Conde Belfiore, que entra elogiando a beleza de sua noiva. Porém ela rapidamente percebe fraquezas nos seu caráter e já o adverte que não admitirá infidelidades por parte do marido. O conde então reafirma suas intenções ao Podestà, desfiando como prova sua nobre linhagem, fazendo o Podestà rir com ceticismo.
Todos saem e Serpetta, vendo Nardo chegar, canta uma canção para provocá-lo. Nardo responde com a mesma melodia, porém é rechaçado pela criada que aponta a ele o irresistível efeito que sua beleza provoca em todos os homens.
Jardim, no final da tarde.
Sozinha, Sandrina lamenta seu destino quando Arminda chega e, quase por acaso, comenta que irá casar naquele mesmo dia com o Conde Belfiore. Ao ouvir o nome, Sandrina entra em choque e desmaia. Arminda chama por socorro, o próprio conde acorre e Arminda deixa a jardineira com ele, correndo buscar algo para reanimá-la. Ele imediatamente reconhece Violante, sua antiga amante agora vestida de jardineira, e tem início o final do primeiro ato.
Sandrina acorda, reconhecendo o Conde mas evitando confirmar sua identidade. Arminda retorna no mesmo momento que Ramiro chega, e temos outro par de antigos amantes se reencontrando. Podestà chega e pede uma explicação para o silêncio e espanto de todos. Sem palavras, cada casal corre para um lado, deixando Podestà furioso. Serpetta entra dizendo ao Podestà que acaba de ver Sandrina e Belfiore namorando, agarrados, mas Nardo aparece em seguida acusando-a de mentirosa. Sandrina e Belfiore retornam, ele perguntando-a se é Violante e ela negando; Arminda e Ramiro também retornam, ela desconfiando que o Conde já a está traindo. A confusão típica de uma opera buffa termina num grande ensemble com todos os personagens.
2º acto
Átrio do palácio do Podestà, na manhã do dia seguinte.
Ramiro discute com Arminda, dizendo desconhecer que ela era sobrinha do Podestà e acusando-a de ser leviana. Ramiro parte jurando vingança contra o Conde. Este aparece, e é recebido por Arminda com um misto de fúria e piedade.
Serpetta continua humilhando Nardo, desta vez dizendo que o amará somente se ele se apresentar com uma ária apaixonada à moda estrangeira. Nardo tenta algo à moda italiana, depois francesa e inglesa, mas percebe que Serpetta está brincando e sai, irritado.
Sandrina está num dilema pior: ela finalmente encontrou seu grande amor, mas está a ponto de perdê-lo para sempre para uma outra mulher. Quando o confuso Conde chega, ela pergunta a ele os motivos para aquele assassinato e fuga, ao que ele responde com alegria: então você é Violante! Ela rapidamente nega, dizendo que aquela mulher morreu. Belfiore ignora o comentário e canta uma romântica serenata para aquela que tem o mesmo rosto da sua amada Violante. Porém Podestà chega e observa os dois silenciosamente; após o Conde tomar sua mão por engano, pensando se tratar da mão de Sandrina, Belfiore pede desculpas e sai, embaraçado.
Sozinho com Sandrina, Podestà novamente tenta sua sorte com ela, mas ela se desvencilha com uma ária cheia de ternura. Após a saída de Sandrina, Arminda chega dizendo ao tio que perdoou Belfiore e que deseja casar com ele. Neste instante aparece Ramiro com notícias de Milão: um mandato de prisão expedido para o Conde Belfiore pelo assassinato da Marquesa Violante Onesti. Podestà imediatamente suspende as bodas da sobrinha, para tristeza de Arminda e felicidade de Ramiro.
Sala no palácio do Podestá.
Ante todos, Belfiore pede ao Podestà para proceder com a cerimônia de casamento. Este, porém, passa a interrogar o Conde sobre a suposta acusação de assassinato da Marquesa Onesti. Belfiore entra em contradição e está prestes a confessar, quando Sandrina entra e revela sua real identidade, para surpresa de todos. Podestà suspende o julgamento para verificar a veracidade da informação.
Sandrina está num dilema pior: ela finalmente encontrou seu grande amor, mas está a ponto de perdê-lo para sempre para uma outra mulher. Quando o confuso Conde chega, ela pergunta a ele os motivos para aquele assassinato e fuga, ao que ele responde com alegria: então você é Violante! Ela rapidamente nega, dizendo que aquela mulher morreu. Belfiore ignora o comentário e canta uma romântica serenata para aquela que tem o mesmo rosto da sua amada Violante. Porém Podestà chega e observa os dois silenciosamente; após o Conde tomar sua mão por engano, pensando se tratar da mão de Sandrina, Belfiore pede desculpas e sai, embaraçado.
Sozinho com Sandrina, Podestà novamente tenta sua sorte com ela, mas ela se desvencilha com uma ária cheia de ternura. Após a saída de Sandrina, Arminda chega dizendo ao tio que perdoou Belfiore e que deseja casar com ele. Neste instante aparece Ramiro com notícias de Milão: um mandato de prisão expedido para o Conde Belfiore pelo assassinato da Marquesa Violante Onesti. Podestà imediatamente suspende as bodas da sobrinha, para tristeza de Arminda e felicidade de Ramiro.
Sala no palácio do Podestá.
Ante todos, Belfiore pede ao Podestà para proceder com a cerimônia de casamento. Este, porém, passa a interrogar o Conde sobre a suposta acusação de assassinato da Marquesa Onesti. Belfiore entra em contradição e está prestes a confessar, quando Sandrina entra e revela sua real identidade, para surpresa de todos. Podestà suspende o julgamento para verificar a veracidade da informação.
A sós, Belfiore tenta se reconciliar com Sandrina, mas ela o rejeita dizendo que não é sua Violante. Ela apenas se fez passar para poder salvá-lo. Belfiore mergulha absorto em pensamentos.
Momentos mais tarde, Serpetta causa grande agitação ao contar para Podestà, Nardo e Ramiro que Sandrina acaba de fugir. O Podestà imediatamente sai à procura da jardineira, enquanto Nardo ouve Serpetta comentar consigo mesma de que, na verdade, Arminda raptou Sandrina e levou-a para a floresta vizinha.
Um lugar deserto e montanhoso, à noite.
No meio de uma floresta, Sandrina grita por socorro. Em pequenos grupos vão chegando o Conde e Nardo, Arminda, Serpetta e Podestà, porém a escuridão do lugar cria confusões de identidade: Podestà toma Arminda como Sandrina, e Arminda o toma pelo Conde; já este toma Serpetta por Sandrina, e a criada acredita que ele é o Podestà. Os únicos que se acertam são Nardo e Sandrina, que se reconhecem pela voz. A confusão só é desfeita com a chegada de Ramiro com homens e tochas. Porém, toda a confusão somada com ameaças fazem Belfiore e Sandrina perderem a sanidade, e o ato termina com o espanto de todos ao verem o casal dançar imitando Alcides e Medusa.
3º acto
Pátio do palácio, ao amanhecer.
Nardo descobre que o Conde e Sandrina continuam a delirar. Eles acreditam agora que são deuses da mitologia grega, e Nardo os distrai apontando para o céu e convencendo-os de que a lua e o sol estão em guerra.
Já o Podestà sente-se ameaçado de todos os lados: Serpetta quer seu amor, Arminda ainda quer seu Conde e Ramiro insiste em casar com Arminda. O confuso Podestà diz para fazerem o que quiserem, desde que não o importunem mais. Só, Ramiro pensa em morrer bem longe dali.
No jardim.
O Conde e Sandrina acordam recuperados do delírio e decidem partir para sempre, cada um para o seu caminho. Mas como esta é uma ópera cômica e estamos no final, o amor prevalece e eles acabam ficando juntos.
Momentos mais tarde, Serpetta causa grande agitação ao contar para Podestà, Nardo e Ramiro que Sandrina acaba de fugir. O Podestà imediatamente sai à procura da jardineira, enquanto Nardo ouve Serpetta comentar consigo mesma de que, na verdade, Arminda raptou Sandrina e levou-a para a floresta vizinha.
Um lugar deserto e montanhoso, à noite.
No meio de uma floresta, Sandrina grita por socorro. Em pequenos grupos vão chegando o Conde e Nardo, Arminda, Serpetta e Podestà, porém a escuridão do lugar cria confusões de identidade: Podestà toma Arminda como Sandrina, e Arminda o toma pelo Conde; já este toma Serpetta por Sandrina, e a criada acredita que ele é o Podestà. Os únicos que se acertam são Nardo e Sandrina, que se reconhecem pela voz. A confusão só é desfeita com a chegada de Ramiro com homens e tochas. Porém, toda a confusão somada com ameaças fazem Belfiore e Sandrina perderem a sanidade, e o ato termina com o espanto de todos ao verem o casal dançar imitando Alcides e Medusa.
3º acto
Pátio do palácio, ao amanhecer.
Nardo descobre que o Conde e Sandrina continuam a delirar. Eles acreditam agora que são deuses da mitologia grega, e Nardo os distrai apontando para o céu e convencendo-os de que a lua e o sol estão em guerra.
Já o Podestà sente-se ameaçado de todos os lados: Serpetta quer seu amor, Arminda ainda quer seu Conde e Ramiro insiste em casar com Arminda. O confuso Podestà diz para fazerem o que quiserem, desde que não o importunem mais. Só, Ramiro pensa em morrer bem longe dali.
No jardim.
O Conde e Sandrina acordam recuperados do delírio e decidem partir para sempre, cada um para o seu caminho. Mas como esta é uma ópera cômica e estamos no final, o amor prevalece e eles acabam ficando juntos.
Junto a todos os personagens, Sandrina/Violante explica a sua troca de identidade e pede desculpas a todos, anunciando em seguida seu casamento com Belfiore e sua retomada de nome, status social e de seu servo, Roberto (Nardo). Inicialmente Podestà e Arminda ficam confusos, mas logo em seguida se recuperam do choque e cada um encontra seu final feliz: Arminda decide se casar com Ramiro, Serpetta junta-se a Nardo e Podestà resolve procurar uma nova jardineira.
Em relação à récita na Gulbenkian, os cantores estiveram em muito bom nível. Alguns destes fazem parte do que podemos chamar núcleo duro das gravações das óperas de Mozart por Jacobs, como é o caso de Alexandrina Pendatchanska, Sunhae Im e Marie-Claude Chappuis. Dos restantes, só Jeremy Ovenden não fez parte nas representações prévias da obra por Jacobs, onde complementaram o elenco os seguintes: Jeffrey Francis, Sophie Karthäuser e Michael Nagy. Na minha opinião, Pendatchanska não esteve vocalmente ao mesmo nível da sua Donna Elvira e Jeremy Ovenden, defensivo no primeiro acto, cresceu a um nível nos restantes mas pedia um timbre mais belo e maior projecção vocal. Achei a voz de Sophie Karthäuser de uma beleza cristalina e, de todos, Michael Nagy foi o que mais me surpreendeu pela positiva, numa tecitura que admiro – barítono – e, sabendo que já fez Wolfram do Tannhäuser de Wagner (este ano em Bayreuth – aguardo escutar através da Antena2), a me deixar com vontade de o ouvir neste papel, adivinhando momentos de grande emotividade. Jeffrey Francis tem uma presença cómica em palco que me faz lembrar, em postura e aparência, outro génio da comédia – Steve Martin.
Adivinha-se mais uma gravação de Jacobs para a Harmonia Mundi...
La Finta Giardiniera - Calouste Gulbenkian Foundation - October 2, 2010
Singing Mozart is not difficult. Performing Mozart is the real challenge for the good singer.
Adivinha-se mais uma gravação de Jacobs para a Harmonia Mundi...
La Finta Giardiniera - Calouste Gulbenkian Foundation - October 2, 2010
Singing Mozart is not difficult. Performing Mozart is the real challenge for the good singer.
A well-played Mozart's what René Jacobs and the Freiburger Barockorchester brought to the Calouste Gulbenkian with La Finta Giardiniera. In concert version, but semi-staged, we could see the absorption of this fantastic work by Jacobs and by the performers, certainly the fruit of the various representations of the work in Vienna in November 2010 and also in concert version in Madrid in December the same year. Interestingly, that's where they are going again after the Gulbenkian (as already reported in previous post).
La Finta Giardiniera was written by Mozart in 1774 and premiered in January the following year in Munich. It's amazing how Mozart could write this work with only 18 years. It is true that he had already entered the paths of opera before, but according to connoisseurs, La Finta Giardiniera could be a leap to maturity in this style, separated by about a decade of the successes resulting from the collaboration with Lorenzo da Ponte. The premiere has been a great success but not everyone thought that the work had reached a decent level of genius as a whole. I do also share the same thought but are vast the numbers of Mozartian brilliance. Sometimes we sin by not looking at the works of composers as evolutionary processes. La Finta Giardiniera is not a Don Giovanni, but to the evolutionary stage of Mozart at the age of 18, is a work of high quality and respect from the musical point of view.
La Finta Giardiniera was written by Mozart in 1774 and premiered in January the following year in Munich. It's amazing how Mozart could write this work with only 18 years. It is true that he had already entered the paths of opera before, but according to connoisseurs, La Finta Giardiniera could be a leap to maturity in this style, separated by about a decade of the successes resulting from the collaboration with Lorenzo da Ponte. The premiere has been a great success but not everyone thought that the work had reached a decent level of genius as a whole. I do also share the same thought but are vast the numbers of Mozartian brilliance. Sometimes we sin by not looking at the works of composers as evolutionary processes. La Finta Giardiniera is not a Don Giovanni, but to the evolutionary stage of Mozart at the age of 18, is a work of high quality and respect from the musical point of view.
The fact that the first act of the work was lost and only rediscovered in the 70s of last century may be the main reason why this opera did not go so strong in the usual operatic repertoire. But it has to, in the future.
The story follows Count Belfiore and the Marchioness Violante Onesti, who were lovers before Belfiore stabbed Violante in a fit of rage. The story begins with the revived Violante and her servant Roberto disguised as "Sandrina" and "Nardo," and quietly working in the mansion of the town Podestà. Violante discovers that Belfiore has become engaged to Arminda, the niece of the Podestà, and when Belfiore confesses his lingering love for Violante, Arminda jealously conspires to abduct the other woman. When Violante is found, she and Belfiore lose their minds and believe themselves to be Greek gods. When they regain their senses Violante forgives the Count and they fly to each other's arms. Arminda returns to Cavalier Ramiro, her spurned suitor, and Roberto finds love with Serpetta, another servant of the Podestà.
The story follows Count Belfiore and the Marchioness Violante Onesti, who were lovers before Belfiore stabbed Violante in a fit of rage. The story begins with the revived Violante and her servant Roberto disguised as "Sandrina" and "Nardo," and quietly working in the mansion of the town Podestà. Violante discovers that Belfiore has become engaged to Arminda, the niece of the Podestà, and when Belfiore confesses his lingering love for Violante, Arminda jealously conspires to abduct the other woman. When Violante is found, she and Belfiore lose their minds and believe themselves to be Greek gods. When they regain their senses Violante forgives the Count and they fly to each other's arms. Arminda returns to Cavalier Ramiro, her spurned suitor, and Roberto finds love with Serpetta, another servant of the Podestà.
Act I
A garden with a wide staircase leading to the mansion of the Podestà.
The Podestà, Cavalier Ramiro and Serpetta descend the staircase as Sandrina and Nardo work in the garden. Together they praise the lovely day, but their happiness is feigned ("Che lieto giorno"). Sandrina is wretched because Don Anchise, the Podestà, is in love with her. Nardo is frustrated by Serpetta, who teases him but refuses to respond to his affections. Ramiro is bitter after being tossed aside by Arminda, and, because she has set her own cap at the Podestà, Serpetta is angry at Sandrina. The Podestà attempts to console Ramiro, but Ramiro can think of none but Arminda ("Se l'augellin sen fugge"). When they are left alone, Don Anchise professes love to Sandrina ("Dentro il mio petto"). Sandrina refuses his advances as politely as possible and, when Serpetta rudely interrupts, makes her escape.
Arminda's betrothed, Count Belfiore, arrives and is swept off his feet by her beauty ("Che beltà"). Arminda is quick to let him know that she is someone to be reckoned with ("Si promette facilmente"), but the Count is not deterred. The Count then boasts of his deeds and ancestry to the Podestà, tracing his family tree to Scipio, Cato and Marcus Aurelius ("Da Scirocco"). Don Anchise responds with a mixture of awe and skepticism, not caring who this buffoon of a Count is as long as he marries his niece.
In the garden, Arminda sees Sandrina and casually mentions her engagement to Belfiore. Stunned, Sandrina faints. When the Count arrives, Arminda leaves him to watch over Sandrina and rushes off to fetch her smelling salts. Belfiore is shocked to find that the gardener's girl is none other than his lost Violante (Finale: "Numi! Che incanto e questo?"). Arminda returns and is surprised to come face to face with Ramiro. Sandrina awakens and finds herself looking directly into the eyes of Belfiore. The Podestà enters and demands an explanation, but no one knows quite what to say. Sandrina wavers but decides not to reveal herself as Violante, while Arminda suspects that she's being deceived. The Podestà blames everything on Serpetta, who in turn blames Sandrina, and Ramiro is only certain of the fact that Arminda still does not love him.
Act 2
A hall in the mansion of the Podestà.
Ramiro discovers Arminda and upbraids her for her inconstancy. When she refuses to listen, he departs, but not before promising revenge upon his rival. Belfiore enters in some distress, muttering that he has had no peace since he found Sandrina. Arminda overhears and confronts him, then leaves ("Vorrei punirti indegno"). Sandrina encounters Belfiore, and nearly betrays herself as Violante when she asks why he stabbed and deserted her. Belfiore is surprised by this outburst and once again sure that he has found his love, but Sandrina quickly reconstructs her disguise. She explains that she is not Violante, but that those were the Marchioness's dying words. Belfiore is nonetheless entranced, since "Sandrina" has the face of Violante, and he begins to serenade her ("Care pupille"). The Podestà interrupts them, and after mistakenly taking the Podestà's hand instead of Sandrina's, Belfiore retreats in embarrassment.
Alone with Sandrina, the Podestà again attempts to woo her. Ramiro interrupts, arriving from Milan with the news that Count Belfiore is wanted for the murder of Marchioness Violante Onesti. Don Anchise summons Belfiore for questioning and the Count, thoroughly baffled, implicates himself. Sandrina says she is Violante and the proceedings break up in confusion. The Count approaches Sandrina but she again denies him. She claims to have pretended to be the Marchioness to save him, and exits. Serpetta arrives moments later to tell the Podestà, Nardo and Ramiro that Sandrina has run away, when she has in fact been abducted by Arminda and Serpetta. The Podestà immediately organizes a search party.
A deserted, mountainous spot.
Abandoned in the wilderness, Sandrina is nearly frightened out of her wits (Crudeli, fermate!"). Small search parties composed of the Count and Nardo, Arminda, Serpetta, and the Podestà soon arrive (Finale: "Fra quest'ombra"). In the darkness the Podestà mistakes Arminda for Serpetta and she him for the Count, while the Count thinks Serpetta is Sandrina and she takes him for the Podestà. Nardo manages to find Sandrina by following her voice, and Ramiro then appears with footmen and torches. As the embarrassed and mismatched pairs separate, Belfiore and Sandrina find each other and lose their senses. They see themselves as the Greek gods Medusa and Alcides, and the astonished onlookers as forest nymphs. Oblivious of their surroundings, the two begin to dance.
Act 3
The courtyard.
Still believing they are gods from classical Greece, Sandrina and Belfiore pursue Nardo until he distracts them by pointing at the sky ("Mirate che contrasto"). They are entranced, and Nardo is able to make his escape. Sandrina and Belfiore leave, and Arminda and Ramiro enter with a harried Don Anchise. Arminda begs the her uncle for permission to marry the Count, and Ramiro demands that the Podestà order Arminda to marry him. Don Anchise becomes confused and tells them to both do what they want, as long as they leave him alone ("Mio Padrone, io dir volevo"). After scorning Ramiro's affections yet again, Arminda leaves. Alone, Ramiro furiously swears he will never love another and that he'll die in misery, far from Arminda ("Va pure ad altri in braccio").
A garden.
No longer delusional, the Count and Sandrina awaken after having slept a discreet distance from one another ("Dove mai son?"). Belfiore makes a final appeal, to which Sandrina admits she is Violante but claims that she loves him no more. The Count is saddened but agrees to leave her. They begin to part, but falter in a matter of minutes and fall into each other's arms ("Tu mi lasci?"). Arminda returns to Ramiro, and Serpetta gives way to Nardo's suit. Left alone, the Podestà is left alone accepts his fate philosophically. Perhaps, he says, he will find another Sandrina (Finale: "Viva pur la giardiniera").
With regard to the production in the Gulbenkian Foundation, the singers were in a very good level. Some of these are part of what we can call the core of Mozart operas recordings by Jacobs, as is the case of Alexandrina Pendatchanska, Sunhae Im and Marie-Claude Chappuis. Of the remainder, only Jeremy Ovenden was not included in previous sets of the work by Jacobs, which complemented the cast as follows: Jeffrey Francis, Sophie Karthäuser and Michael Nagy. In my opinion, Pendatchanska was not vocally on the same level of her Donna Elvira and Jeremy Ovenden, defensive in the first act, has grown to a level in the remaining but asked for a more beautiful tone and more vocal projection. I thought the voice of Sophie Karthäuser of a crystalline beauty and amongst all, Michael Nagy was who the most surprised me positively. I admire the baritone voice and knowing he has done Wolfram from Wagner's Tannhäuser (Bayreuth this year), left me wanting to hear him in this role, guessing moments of great emotion. Jeffrey Francis has a comic stage presence that reminds me, in posture and appearance, another genius of comedy - Steve Martin.
We are guessing one more recording for Harmonia Mundi by Jacobs ...
With regard to the production in the Gulbenkian Foundation, the singers were in a very good level. Some of these are part of what we can call the core of Mozart operas recordings by Jacobs, as is the case of Alexandrina Pendatchanska, Sunhae Im and Marie-Claude Chappuis. Of the remainder, only Jeremy Ovenden was not included in previous sets of the work by Jacobs, which complemented the cast as follows: Jeffrey Francis, Sophie Karthäuser and Michael Nagy. In my opinion, Pendatchanska was not vocally on the same level of her Donna Elvira and Jeremy Ovenden, defensive in the first act, has grown to a level in the remaining but asked for a more beautiful tone and more vocal projection. I thought the voice of Sophie Karthäuser of a crystalline beauty and amongst all, Michael Nagy was who the most surprised me positively. I admire the baritone voice and knowing he has done Wolfram from Wagner's Tannhäuser (Bayreuth this year), left me wanting to hear him in this role, guessing moments of great emotion. Jeffrey Francis has a comic stage presence that reminds me, in posture and appearance, another genius of comedy - Steve Martin.
We are guessing one more recording for Harmonia Mundi by Jacobs ...
Também estive presente neste concerto e gostei muito. O maestro e a orquestra ao nível superior habitual.
ResponderEliminarEm relação aos cantores, foram globalmente muito bons mas, para mim, com algumas desigualdades.
Jeremy Ovenden claramente o mais fraco, com voz banal e, sobretudo, inaudível frequentemente. Alexandrina Pendatchanska, concordo, também ficou aquém do que mostrou no ano passado e tende facilmente para a estridência quando em forte. Sophie Karthäuser, Marie-Claude Chappuis foram excelentes mas, para mim o melhor foi, de longe, Michael Nagy que associou potência, beleza de timbre, excelente projecção vocal e boa presença cénica. Um cantor a seguir.
La Finta Giardiniera - Mozart was a genius.
ResponderEliminarEsses seus textos extraordinários nos leva à empolgação. Viva Mozart!
ResponderEliminarUm grande abraço
Obrigado, caro António Machado. Viva Mozart! Cumprimentos musicais.
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