Como já todos sabem, Plácido Domingo fez 70 anos no passado dia 21 de Janeiro.
Tive a oportunidade de comparecer no Concerto de Aniversário no Teatro Real de Madrid.
Tive a oportunidade de comparecer no Concerto de Aniversário no Teatro Real de Madrid.
Com programa só conhecido minutos antes – entregue em mão a todos os que entravam – acabei por ficar um pouco desiludido. Tinha metido na cabeça que Domingo também iria cantar e participar na festa mas, ao passar os olhos no programa, vi que isso não iria acontecer. De certo modo compreendia-se. Era um concerto para Domingo. Era ele o aniversariante. Mas custa tanto tê-lo do lado de espectador e não de intérprete... E acho que para ele também foi um pouco custoso não saltar para o palco (mas não podia deixar a Rainha sozinha no camarote Real...).
Interiorizado este pensamento, olhei com maior pormenor para os nomes que iriam cantar. Confesso que esperava 2 nomes: Rolando Villazon e Anna Netrebko. Villazon, embora com o seu Werther como encenador em Lyon, uma vez que raramente canta hoje em dia, talvez pudesse estar presente... Nem vi se Anna Netrebko estaria a preparar algo e por isso o sonho de a ver de novo ao vivo foi sendo alimentado... Tive igualmente pena de não ver Waltraud Meier, grande companheira de Domingo nas suas interpretações wagnerianas....
Mas outros nomes estavam presentes. Estiveram todos a um nível superlativo e, juntamente com James Colon e a excelente Orquestra do Teatro Real, conseguiram criar um ambiente familiar, descontraído, mas musicalmente profissional e de qualidade muito próxima da perfeição.
O grande Bryn Terfel, em excelente momento vocal, presenteou-nos com o dueto dos Pescadores de Pérolas, com Paul Groves e com um Te Deum da Tosca, ao seu mais elevado nível. De arrepiar!
Angela Denoke foi uma Kundry muito íntima, Anja Kampe uma Sieglinde apaixonada.
Que surpresa ouvir ainda Juan Pons com tal qualidade como Iago.
Dolora Zajick esteve sublime e conquistou talvez o maior aplauso.
Rene Pape foi perfeito na ária “Ella giammai m’amò”!
O momento mais cómico veio por Erwin Schrott como Leporello na ária “Madamina, il catálogo è questo”. Aparece com uns óculos de “ver ao perto” e com o programa na mão que tinha a cara de Domingo na capa. Lá foi inumerando as donzelas como se fosse o catálogo de Domingo. Excelentes os seus grunhos e insinuações vocais sobre “voi sapete quel che fa”...
O estilo pessoal de Tan Dun ressoou no Teatro com a sua composição de aniversário para o grande amigo Plácido. Pla-ci-do (Lá Si Dó...). Diferente, interessante, original. Mais um grande nome na plateia.
Interiorizado este pensamento, olhei com maior pormenor para os nomes que iriam cantar. Confesso que esperava 2 nomes: Rolando Villazon e Anna Netrebko. Villazon, embora com o seu Werther como encenador em Lyon, uma vez que raramente canta hoje em dia, talvez pudesse estar presente... Nem vi se Anna Netrebko estaria a preparar algo e por isso o sonho de a ver de novo ao vivo foi sendo alimentado... Tive igualmente pena de não ver Waltraud Meier, grande companheira de Domingo nas suas interpretações wagnerianas....
Mas outros nomes estavam presentes. Estiveram todos a um nível superlativo e, juntamente com James Colon e a excelente Orquestra do Teatro Real, conseguiram criar um ambiente familiar, descontraído, mas musicalmente profissional e de qualidade muito próxima da perfeição.
O grande Bryn Terfel, em excelente momento vocal, presenteou-nos com o dueto dos Pescadores de Pérolas, com Paul Groves e com um Te Deum da Tosca, ao seu mais elevado nível. De arrepiar!
Angela Denoke foi uma Kundry muito íntima, Anja Kampe uma Sieglinde apaixonada.
Que surpresa ouvir ainda Juan Pons com tal qualidade como Iago.
Dolora Zajick esteve sublime e conquistou talvez o maior aplauso.
Rene Pape foi perfeito na ária “Ella giammai m’amò”!
O momento mais cómico veio por Erwin Schrott como Leporello na ária “Madamina, il catálogo è questo”. Aparece com uns óculos de “ver ao perto” e com o programa na mão que tinha a cara de Domingo na capa. Lá foi inumerando as donzelas como se fosse o catálogo de Domingo. Excelentes os seus grunhos e insinuações vocais sobre “voi sapete quel che fa”...
O estilo pessoal de Tan Dun ressoou no Teatro com a sua composição de aniversário para o grande amigo Plácido. Pla-ci-do (Lá Si Dó...). Diferente, interessante, original. Mais um grande nome na plateia.
A grande surpresa foi o aparecimento de Tereza Berganza que tantas vezes contracenou com Domingo. Com discurso sentido e cómico, esteve soberba ao cantar “Happy birthday” a Domingo como Marylin Monroe o fez para Kennedy... Atrevida mas com classe...
Projeções em palco de Domingo (mais novo), cantando com Madrid como fundo e cantando com a sua Mãe ajudaram a emocionar os espectadores e o próprio Domingo.
Que conte muitos mais... Que chegue aos 80 como disse na varanda do Teatro... Que Deus lhe dê mais uns anos de carreira e que possamos todos ouvi-lo, e continuar a descobrir, na sua Voz, na sua Vida, no seu Amor à Música, a inspiração para o nosso próprio caminho terreno.
Plácido Domingo's Anniversary Concert - Teatro Real, Madrid - 21 January 2011
Projeções em palco de Domingo (mais novo), cantando com Madrid como fundo e cantando com a sua Mãe ajudaram a emocionar os espectadores e o próprio Domingo.
Que conte muitos mais... Que chegue aos 80 como disse na varanda do Teatro... Que Deus lhe dê mais uns anos de carreira e que possamos todos ouvi-lo, e continuar a descobrir, na sua Voz, na sua Vida, no seu Amor à Música, a inspiração para o nosso próprio caminho terreno.
Plácido Domingo's Anniversary Concert - Teatro Real, Madrid - 21 January 2011
As everyone knows, Placido Domingo made 70 years of age on 21 January.
I had the opportunity to attend the Anniversary Concert at the Teatro Real de Madrid.
The program was only revealed minutes before the concert, and I ended up getting a little sad. I had imagined, in my head, that Domingo would also sing and join the other singers on stage but, glancing at the program, I saw that this would not happen. In a way I understood. It was a concert for Domingo. He was the birthday man. But it costs so much to have him on the audience side and not as a performer ... He might have thought to jump from the Royal box to the stage but he could not leave the queen alone...
After accepting this fact, I looked to the program in more detail. I confess that I waiting to see two names: Anna Netrebko and Rolando Villazon. Villazon, albeit his debut as stage director in Lyon, with Werther, as he rarely sings these days, maybe he could have been there ... I did not check if Anna Netrebko was preparing any role for an opera house and so the dream to see her live again was still on ... I also regret not having seen Waltraud Meier, a great companion on his Wagner interpretations...
After accepting this fact, I looked to the program in more detail. I confess that I waiting to see two names: Anna Netrebko and Rolando Villazon. Villazon, albeit his debut as stage director in Lyon, with Werther, as he rarely sings these days, maybe he could have been there ... I did not check if Anna Netrebko was preparing any role for an opera house and so the dream to see her live again was still on ... I also regret not having seen Waltraud Meier, a great companion on his Wagner interpretations...
But other names were present. They were all at a superlative level and, along with James Colon and the excellent Orchestra of the Teatro Real, managed to create a family atmosphere, relaxed, but musically professional, and with a quality very close to perfection.
The great Bryn Terfel, currently in excellent voice, presented us with the Pearl Fishers duet with Paul Groves and a Te Deum from Tosca at his highest level. Superb!
Angela Denoke’s Kundry was very intimate, and Anja Kampe was a passionate Sieglinde.
What a surprise to hear Juan Pons as Iago in an excellent level for his age.
Dolora Zajick was sublime and won perhaps the biggest applause.
Rene Pape was perfect in the aria "Ella giammai m'amò!
The most humorous moment came for Erwin Schrott as Leporello in the aria "Madamina, il catalogo è questo". He appeared with glasses on one hand and the program with Domingo’s photo one the other. And he kept innumerating the maidens as if they were Domingo’s (with respect, of course). He was fantastic wiht his insinuations singing "Voi sapete quel che fa”...
The personal style of Tan Dun resonated in the theater with his composition for the anniversary of his great friend Plácido. Pla-ci-do (La Ti Do...). Different, interesting, original. Another big name in the audience.
The biggest surprise was the appearance of Teresa Berganza who often appeared with Domingo in so many performances. With a humorous and heartfelt speech, she was superb singing "Happy birthday" to Domingo as Marilyn Monroe did it for Kennedy ... Sassy but classy ...
Projections on the stage of a younger Domingo singing, with Madrid as background, and in a different situation with his mother by his side, helped to thrill spectators and Domingo himself.
I hope he counts much more years of life... I hope he gets to 80, as he whished on the balcny of the Theatre ... May God give him a few more years of career and that we can all hear him, and continue to discover in his Voice, in his Life, in his love for the Music, the inspiration for our own earthly journey.
Mesmo sem Domingo a cantar, grandes nomes e, grande festa!
ResponderEliminarMany thank to you for the nice review and pictures. For the first time for me to see my favorite baritone Rene Pape with glasses. At first I haven't recognize him.
ResponderEliminarNo matter what they say Domingo has contributed a lot for the opera. When I was very young I saw him as Don Jose on TV which is still alive in my memory. More than anything else his acting was just fabulous.
Someday I'd like to visit the Teatro Real Madrid. Maybe this year.
Parabéns por ter assistido a um concerto com tão grandes nomes da lírica actual. Domingo bem merece...
ResponderEliminarCuriosamente assim que vi o programa pensei que Dolora Zajick ganharia a noite e, aparentemente, ganhou! Pelo menos a nível de aplausos.
Obrigado por partilhar mais esta experiência.
Cumprimentos musicais.
Também estranhei um bocadinho certas "faltas", mas as pessoas têm as suas vidas, não é?
ResponderEliminarGostei da ida de Don Plácido à janela falar com, e cantar para, o pessoal que ficara de fora.
Obrigada por partilhar, wagner_fanatic.
Ah grande Pons!!!
ResponderEliminarCaros bloggers,
ResponderEliminarObrigado pelos vossos comentários.
Plácido merece!
Tenho vários videos do final, com o discurso de Domingo, a intervenção de Tereza Berganza e a sua ida à varanda do Teatro. São muito longos e demoram muito tempo a fazer upload no youtube.
Cara Gi, conto conseguir colocar amanhã este último video que ainda é o mais pequeno dos 3 que fiz.
Réne Pape e Bryn Terfel, foi um gosto ouvi-los! Belíssimo concerto! Os espanhóis tem realmente muito bom gosto...
ResponderEliminar